quarta-feira, 3 de maio de 2023

Virei Imortal!!!

 Sabe meus amigos, quando criei esse blog “Baú do Nicolau” foi só e apenas para deixar registrados fatos, histórias e coisas que vi e vivi e que até hoje estão vivas na minha memória. Coisas simples do dia a dia, histórias sem nexo, sem começo nem fim, sem pé nem cabeça, etc, etc..., como também fatos que marcaram o momento em que aconteceram. Também para passar o tempo, já que depois de dois AVC's, fico socado em casa, sem querer sair.

Jamais pensei em documentar tudo isso através de um livro. Bem! Jamais é uma afirmação muito radical. Claro que vez por outra, pensava nessa possibilidade. Mesmo assim eu pensava comigo mesmo: colocar isso no papel, é uma grande responsabilidade. Afinal de contas, não sou escritor nem tão pouco, um apaixonado pela gramática. Já pensou eu me arriscar escrever um livro com muitos erros de português, e histórias sem uma confirmação da sua veracidade? Por isso mesmo, eu me aquietei.

Tinha também um detalhe não menos importante: as histórias foram escritas como saíam da minha cabeça. Coisas que eu tinha certeza, como também coisas que tinha dúvidas, como já comentei.
Pois bem! Estava eu e minha família, esposa, filhas, genros e netas, almoçando em casa, quando, de repente, surge minha filha Renata com um envelope branco na mão dizendo que tinha acabado de chegar uma encomenda para mim. Me entregou o envelope e seu esposo Jonas, entrou com uma caixa de papelão grande, nas mãos, falando que a encomenda de fato estava na caixa.
Eu como não tinha comprado nada com aquele volume da caixa, gosto muito de comprar pela internet, simplesmente recusei, até um pouco chateado: Tá havendo algum engano! Isso com certeza não é pra mim! Minha filha Renata insistiu para que eu abrisse o envelope e me certificasse o que tinha realmente dentro. Não tive outra alternativa, a não ser obedecer. Quando abri o envelope vi que havia uma folha de papel com alguma coisa escrita. Tirei a folha de papel do envelope e quando comecei a ler o que realmente estava escrito, tomei um grande susto, e porque não dizer, comecei a entender o que significava toda aquela armação. Era simplesmente um convite para o lançamento do meu livro. Meu livro?!? Claro! O Convite era brincadeira, mas o livro era verdade verdadeira. 

O Livro

Renata, aproveitando a minha situação de momento, muito emocionado, é lógico, deu uma saidinha e retornou com uma espécie de suporte e nele estava o livro propriamente dito. Enchos olhos de lágrimas e as palavras que eu conseguia falar eram só de agradecimentos à minha esposa, às minhas filhas e aos meus genros. Que momento maravilhoso da minha vida!
O livro ficou perfeito. A capa muito bonita. Até a cor azul predominante na capa é a minha preferida. Retratava realmente o significado “Baú do Nicolau”. Enfim, tudo estava ótimo. Na caixa tinham mais 29 exemplares num total de 30 livros.
Na realidade esse presente era pra ter chegado e entregue no dia 23 de outubro, dia do meu aniversário, segundo elas. Só mesmo minha querida família para me proporcionar um momento tão especial e tão emocionante como esse. Até hoje parece que a ficha não caiu ainda. Pego o livro, folheio, leio algumas histórias e cada vez que faço isso, me emociono. Obrigado meu Deus por me presentear com uma família maravilhosa. Abaixo fotos que tiramos para registrar aquele momento, para mim, surreal!

Eu Nicolau e eu com minha esposa Fatima
                                                                                                                                                          
Essa maravilhosa turminha na foto abaixo, foi a grande responsável pela realização de um sonho, que daqui pra nós, se não fosse ela, eu, com certeza, não teria coragem de realizar.


Minha querida Família

Gostaria mais uma vez de agradecer de coração, minha querida família: Fatima minha esposa, Paula, Adriana e Renata minhas filhas e, Malu e Laurinha minhas queridas netinhas que apesar de serem muito novas, vibraram muito pela emoção que todos nós sentimos. Que Deus abençoe e proteja sempre minha querida família.


A Família e Genros


                                                                                                        
Maceió, 03 de maio de 2023.

Nicolau Cavalcanti
                                                                            

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Encontro de parte da nossa turma da Praça da Faculdade de Medicina na minha casa. Eita farra boa!

Era uma tranquila manhã de sábado, o dia já dava sinais de que seria de sol e isso era muito bom! Eu acordei cedo e ansioso, pois dias antes, tínhamos combinado um encontro com alguns amigos de infância em algum lugar que, sinceramente não me recordo o local. Só sabia, no entanto, que era para tomarmos uma geladinha, comer aquele tira-gosto e colocar o papo em dia. E claro! Curtir uma boa música, que era sempre de lei. Daquelas cavernosas, que curtíamos na nossa época de juventude. Beatles e outras... Pra mim estava tudo certo! A minha cota: cerveja e o tira-gosto já estavam comprados e prontos para serem preparados e consumidos.
Na realidade, iriamos fazer um churrasco na casa de alguém da turma. Tínhamos combinado uma hora para nos encontrarmos, e eu doido para chegar ao local no horário previsto e participar da farra, liguei para alguém e perguntei se estava tudo certo e se já poderia partir. Foi quando ouvi desse amigo, que, por algum problema que tinha ocorrido no local ou na casa ou com esse nosso amigo, onde estava programado o encontro, tudo levava a crer, que o nosso churrasco, não mais iria acontecer. Eu, que já estava pronto, fiquei foi puto da vida, mas tinha que aguardar o que iria acontecer e o que iriam decidir. Depois de um determinado tempo, liguei mais uma vez, para esse nosso amigo, e a resposta que escutei dele, me deixou ainda mais puto da vida! Não haveria mais a tão esperada reunião! Nada de grave havia acontecido e tudo estava bem. Só não ia ter o nosso encontro. Então o que fazer para contornar esse péssimo imprevisto? Ficaram de decidir e avisar à todos. Passados alguns minutos, alguém ligou para mim procurando saber se a farra poderia ser, então, na minha casa. Eu prontamente respondi que sim! Bagaceira só presta grande! Não tinha como negar! Não estava preparado, mas resolveria 
tudo para que o nosso encontro ocorresse numa boa.

Foto 01
Na foto 01, a farra já estava rolando. Da esquerda para direita vemos: o Missinho, o Gaguinho em pé, o Equinho, o Abelardo, Eu em pé, o Paulinho Buçu(em memória), o Jarbas(em memória) sentado no colo do Buçu(que perigo, meus amigos! O Paulinho Buçu tinha uma lapa de chibata da porra e era conhecido e querido por todas as raparigas do baixo meretrício em Jaraguá), o Paulo Bandeira(em memória) e no cantinho da foto o Diogo filho do Jarbas.
Corri para deixar tudo pronto para quando a turma chegasse encontrasse tudo certinho. Enfim! A churrasqueira montada, o som ligado na área, mesas e cadeiras arrumadas e o principal: o isopor cheio de cerveja geladíssima(a minha cota, é lógico), pronta da o consumo. 
Sentei na área e fiquei esperando a turma do barulho chegar. Abri uma latinha, liguei o som e iniciei os trabalhos. Logo começou a chegar um por um e de repente parte da nossa turma estava reunida. Que maravilha! Eu sonhava com esses encontros! A bagunça começou em ritmo tranquilo. Alguns ainda se ambientando, outros já em ritmo mais acelerado e muito bem a vontade, já começaram a perturbar. No bom sentido, é lógico!
Na foto 02, da esquerda para a direita: Eu, Missinho, Equinho, Francisquinho(em memória) e o Paulo Bandeira(em memória). Que foto maravilhosa! São raros os momentos em que um grupo maior da turma se reúne.

Foto 02
Promovemos um encontro todo final de ano, onde conseguimos juntar boa parte da turma, para uma confraternização. O Missinho e o Equinho organizam até hoje, esse encontro. Fora isso, até hoje, é difícil a gente se reunir. Mas, quando acontece, é com certeza, uma verdadeira festa de arromba! Fofocas, encarnação com alguém, seja pelo apelido, seja por algum fato que aconteceu no passado. Enfim! Se fala e se zona de tudo! A nossa turma tem muitas histórias para contar. Elas afloram de repente e cada um quer contar a sua. Eu sempre fui o mais quieto da turma. Morava só com minhas irmãs e sempre me contive.
De repente estavam lá em casa: O Jarbas(formiga de açúcar) com seu filho Diogo(na época era uma criança), o Paulinho Buçu, o Abelardo e o Gaguinho seu vizinho e nosso amigo, o Equinho(Pavão), o Missinho com a sua esposa Isa, o Francisquinho, Eu(falam do meu nariz, mas...) e a minha esposa Fatima. Durante a brincadeira, ligamos para vários outros amigos, para que viessem participar, mas, por algum motivo, não aparaceram. No final da farra, apareceu o motorista de táxi amigo do Paulinho, que andava com ele pra cima e pra baixo e molhou o bico enquanto esperava o Paulinho decidir ir embora. Coitado do seu amigo motorista! Gente muito boa! Esperar que saísse a saideira que eram várias, a ideira outras tantas, a última... e assim ia até o fim... Haja paciência!
Na foto 03, o Paulo Bandeira(em memória), a Isa, esposa do Missinho e a minha querida esposa Fatima. Já era noite, mas a farra continuava a todo vapor.

Foto 03
Turma reunida, Cerveja gelada, som na caixa, carne de pescoço na churrasqueira, aviso passado para cada um se virar, coisa que nem precisava, aí a bagaceira começou! Na época, um dos meus vizinhos era o Paulo Bandeira, criatura maravilhosa! Tanto ele como a sua esposa Silene e seus filhos. Lamentavelmente, algum tempo depois, ele foi covardemente e brutalmente assassinado! Eu não sabia que eles eram amigos do Jarbas e do Equinho. Por coincidência, se encontraram quando da chegada do Jarbas em minha casa e também participaram da brincadeira. Casal fora de série! Muito alegre e bom de farra.
Olha meus amigos! Pense numa farra tranquila e maravilhosa! Relembramos muitas histórias, cantamos, curtimos muitas músicas, bebemos muito, sacaneamos muito, mas nada de abusar da boa vontade de ninguém. Se abusasse! tava abusado! O Equinho e o Missinho, como sempre, comandaram a farra.
Na foto 04, o Jarbas(em memória), a Silene e seu esposo Paulo Bandeira(em memória). Pense num casal maravilhoso! Apesar de morarmos vizinhos, nunca tive a felicidade de tomar uma com eles. Valeu muito a pena!

Foto 04
Teve cerveja, uísque, Cachaça azuladinha que na época se bebia muito, etc... etc... O nosso amigo Paulinho Buçu, como sempre, tomou e misturou tudo o que tinha direito e saiu tungado! Bebo lavado! Sobrou como sempre para o seu amigo motorista que estava justamente ali para reboca-lo. Aliás! Acredito que todos, devido a euforia do momento, fizemos o mesmo: bebemos e misturamos tudo o que tinha pra se beber. As nossas farras eram sempre regadas com muita bebida. A cerveja era a nossa bebida preferida. Claro! Outros bebiam uísque, cachaça, até água, por incrível que pareça! Por exemplo: o Geraldo Cabeção, que não participou da farra, hoje só bebe água. Antes, era um cachaceiro inveterado.
Na foto 05, o Missinho, o Equinho, o Abelardo, o Paulinho Buçu(em memória) e de costa o pequeno Diogo, filho do Jarbas.

Foto 05
A foto 06, mostra o quanto éramos e somos até hoje alegres por natureza. Na esquerda o motorista do Paulinho Buçu, o Paulinho Buçu sentado e o Equinho montado no colo do Paulinho Buçu cobrindo a cabeça dele com sua camisa. Coisa boa, com certeza, não estavam fazendo! Por último, o Missinho sempre se abrindo. Nessa altura, todos nós dávamos corda para que a brincadeira prosseguisse pra ver, o que, de fato, ia acontecer. Gritávamos, batíamos palmas, enquanto os dois se agarravam e se abofelavam, tentando fazer da cena, a melhor possível, para que todos continuassem na zona. Era realmente bom de mais! O interessante era o comportamento de todos, quando tínhamos a oportunidade de fazer uma reunião, como essa. Parece que voltávamos a ser adolescentes e fazer certas coisas que fazíamos naquela época.


Foto 06
Um detalhe interessante que aparece nessa foto, são as duas enormes caixas do meu som Philips. Naquela época era moda. Tinha até toca disco! No mínimo estava tocando Beatles ou alguma música da jovem guarda. Acredito que nessas alturas, já era noite e a cachaça, com certeza, estava fazendo efeito. Eu gosto muito de relembrar todos esses momentos felizes que a nossa turma da Praça da Faculdade de Medicina viveu. Como já falei anteriormente, um dos motivos de ter criado esse blog, foi deixar tudo isso documentado.
Mudando de pau pra cacete, a nossa festa estava embalada e pelo visto, sabia que ainda ia demorar bastante para acabar. Nem a saideira tinha sido servida ainda. Aliás! Nem se quer alguém teve a ousadia de falar essa palavra. Pra mim, terminasse a hora que terminasse, mas eu ainda tomaria uma cerveja arrumando tudo no final da farra. 
Na foto 07, Paulinho Buçu(em memória) e o Equinho dançam agarradinhos ao som de qualquer música. A cena era realmente cômica. Não precisa nem descrever. A foto mostra tudo. Lá no fundo, como sempre o Missinho só observando e se abrindo. Com certeza, dando corda.


Foto 07
O Paulinho Buçu para tá fazendo isso, com certeza, já estava com a cabeça cheia de mé. O Equinho não! Gostava da zona. Observem bem a cara lisa dele. Tanto ele como o Missinho são mestres em fazer palhaçada. Ele não gostam quando falamos isso, mas é a pura verdade. Fim de farra era sempre assim. Na turma, tinham aqueles que tinham limite para beber. Mas tinham outros que só saiam na poeira. Eu era um desses. Muitas vezes tínhamos que inventar algum motivo para tentar acabar a farra. O motivo tinha de ser sério, porque se não fosse, a turma não estava nem aí. A brincadeira era tão legal que realmente dava pena quando terminava. Eu como todos os nossos amigos, aproveitávamos tudo  o que tínhamos direito, pois não sabíamos quando seria o próximo encontro. Nessas alturas, eu já estava pedindo para a brincadeira terminar.  Apesar de gostar muito, estava encharcado de cerveja e muito cansado. Apesar de ter avisado, no início da farra que cada um se virasse, a coisa sobrou foi realmente pra mim.
Na foto 08, agora o nosso amigo Paulinho Buçu(em memória) e o nosso amigo Abelardo dançam soltos. Essa dancinha do Abelardo é muito manjada!


Foto 08
Pelo embalo dos dois, era uma daquelas boas músicas que curtíamos. Pelo jeito, estavam dançando rock. Aliás! Pelo jeitinho das pernas do Abelardo, era twist. Não faltou aquela encarnação com o nosso amigo Abelardo pela sua bermuda no meio da canela. A turma era assim, sempre descobria alguma coisa para zonar com alguém. Que tempo bom! Sabe! Todos encontros que fazemos sempre falamos das mesmas coisas e dos mesmos fatos. Claro que tem novidades! Mas o nosso papo é, com certeza, relembrar o nosso maravilhoso passado. Aqueles momentos felizes que juntos curtimos. Por incrível que pareça, esse tipo de comportamento nosso, nos faz muito bem! Parece que a cada reunião, saímos com a mente renovada. Tomamos uma espécie de revigorante, sem ser a danada da cerveja, é lógico! Saímos sempre satisfeitos, alegres, todos felizes e  com a certeza que amigos fomos, amigos somos e amigos seremos para sempre! Feliz daquele que tem uma turma como a nossa. Não é querendo me gabar, mas sempre fomos unidos. Claro que tinha briga, discussão, até porrada de vez em quando, mas no final saía tudo bem!


Foto 09
Na foto 09, vemos o Missinho, o Equinho, o Francisquinho(em memória) e o nosso amigo Paulo Bandeira(em memória). Que foto maravilhosa! Se vocês observarem nessa foto e nas fotos anteriores, o Missinho e o Equinho, sempre estão juntos. É um amor da gota serena!
Pois é meus amigos! Vocês não sabem o quanto me faz bem, está sentado na frente de um computador e escrevendo essas histórias. Eu digo e repito sempre! É como se eu estivesse me transportando para aquela época e revivendo tudo outra vez. Muitas vezes acho graça sozinho e fico imaginando coisas que só quem viveu intensamente esses momentos, sabe o que é realmente viver. Nossa turma sempre foi assim.
Agora! O que realmente dói no coração, é ver nessas fotos, amigos que lamentavelmente não estão mais juntos de nós. Alguns que nos deixaram de repente por problemas diversos de saúde. Esses, apesar da falta que fazem e da saudade que deixaram, entendemos as suas ausências. Todavia, alguns que tiveram suas vidas ceifadas e um final trágico, que foram covardemente e brutalmente assassinados! Esses sim! Até hoje não aceitamos suas ausências. É muito triste lembrar de situações extremas e de barbáries que alguns de nossos amigos foram submetidos e por fim, friamente assassinados. Pior ainda é aceitar que tais e tamanhas barbáries tenham sido praticadas em pessoas de bem, pais de família, pessoas alegres que gostavam de curtir a vida e eram nossos grandes amigos desde a época de infância. Lembrar dos maravilhosos momentos que tivemos e vivemos com eles é para todos nós um grande consolo.

Nicolau Cavalcanti em 21 de setembro de 2017

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Venda de Dona Castorina

No final dos anos 50 e início dos anos 60, na esquina da antiga Rua da Floresta(hoje Rua Fernandes de Barros) com a antiga Rua do Apolo(hoje Rua Melo Morais), no Bairro da Levada, bem próximo ao Mercado da Produção, existia uma Venda que era conhecida como a Venda da Dona Castorina. Minha família morou tanto na Rua da Floresta como na Rua Barão de Alagoas. Essa última, bem próxima à citada Venda.
A Dona Castorina além de proprietária da Venda era também a pessoa que na maioria das vezes atendia diariamente os seus fregueses que na realidade, eram pessoas que moravam nas ruas próximas ao seu estabelecimento comercial e pessoas que iam ao mercado. Tinha outra senhora morena, que também atendia. Só não recordo o seu nome. A Dona Castorina e sua família moravam na Rua da Floresta, numa casa que tinha acesso à Venda. Melhor dizendo: a Venda era uma extensão de sua casa. Muitas vezes a Dona Castorina ou alguém da família ficava sentada numa cadeira de balanço, na sala da casa e através de um corredor, ficava observando parte da Venda e esperando algum freguês chegar. Faz tanto tempo que confesso que não lembro muito bem da aparência de Dona Castorina. Apenas que era uma pessoa magra, de cor clara, já de certa idade e tinha os cabelos grisalhos. Ah! Sim! Usava óculos.
A Venda era um local muito estreito, apertado e entupido de mercadorias, principalmente a parte onde Dona Castorina e seus familiares atendiam seus fregueses. Lá se encontrava de tudo: arroz, feijão, farinha, etc... Tudo isso vendido a granel, inclusive o sabão que era vendido na época, em barras de aproximadamente 30cm, mas que era cortado e vendido em pedaços menores, de acordo com a vontade e o bolso do freguês. Tinha ainda o macarrão que na época era vendido em embalagem de papel grosso na cor azul. No balcão construído em madeira ficava uma antiga balança de dois pratos e muitas outras coisas.
Eu e minhas três irmãs éramos muito novos e sempre que alguém lá de casa ia à Venda de Dona Castorina, a gente sempre ia junto. Normalmente íamos com uma empregada que trabalhava há muito tempo lá em casa e que chamávamos de Dina. Lembro muito bem como se fosse hoje, que se comprava muito lá pra casa, o querosene que era usado para tocar fogo no carvão que era utilizado no ferro de passar roupas. Na Venda da Dona Castorina vendia até isso.
Antigamente, pelo menos lá em casa, as roupas eram lavadas com sabão em pedra e anil, quaradas, enxutas e passadas com ferro de passar a carvão. Sem contar com a goma que era utilizada dissolvida em água e passada em determinadas roupas.
Na realidade a Venda de Dona Castorina era uma venda como outra qualquer. O que realmente chamava a nossa atenção, minha de e de minhas irmãs, eram alguns vidros que ficavam expostos em uma das várias prateleiras e que enchiam as nossas bocas de água e desejosos de saborear o que tinha dentro de cada um daqueles vidros. Na realidade aqueles vidros estavam cheios com deliciosos confeitos e outras guloseimas que quando chegávamos à Venda ficávamos vidrados naquele local das prateleiras. Tinha um vidro cheio de “nêgo bom”, que na época era chamado de “bolinha de cabra”. Aquele sim era o verdadeiro “nêgo bom”. Tinham outros vidros entupidos de uns confeitos de hortelã e de mel de abelha, que eram um sucesso de vendas, na época. Tinham outros com vários pirulitos feitos de açúcar derretido em forma de chupeta, de galinha, de pião, espetados em palitos de bambu, etc... etc... Tinha também alguns com uns docinhos brancos com listras coloridas, em forma de bola que se desmanchavam na boca. Todos deliciosos. Agora tinha um vidro com uns confeitos, que até hoje não me sai da memória, que desapareceram do mapa e que gostávamos muito. Eram uns confeitos finos e retangulares de vários sabores, em que no papel que embrulhava cada um desses confeitos tinha os desenhos das várias frutas dos seus variados sabores. Sua cor também variava de acordo com o sabor.
O bom era que de tudo isso que acontecia, era que, quando íamos a Venda, sempre sobrava troco e sempre saíamos de lá com as mãos recheadas dessas guloseimas. Era uma verdadeira festa! Melhor ainda, era que, quando não sobrava troco, a Dona Castorina distribuía confeito, pirulitos e “bolinha de cabra” para todos nós. Era realmente uma festa quando isso acontecia.
Até hoje o prédio onde funcionava a Venda de Dona Castorina, existe. Toda vez que passo pelo local, passa um filme na minha cabeça e volto no tempo. É muito bom relembrar essa época.

Nicolau Cavalcanti em 19 de julho de 2016.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Antigas Recordações!!! - Parte 2

Antigamente, na esquina da Rua Coronel Cahet com a Rua Cirilo de Castro, no Bairro da Levada, no lado esquerdo, no sentido Mercado/Praça das Graças, existia uma construção muito antiga de primeiro andar onde funcionou por muitos anos a sede de um Clube que se chamava Aliança, segundo alguns amigos do Facebook. Hoje no local existe uma avícola. O antigo prédio fio totalmente demolido.
Se não estou enganado, o Clube tinha alguma coisa a ver com as pessoas que trabalhavam no Mercado Público Municipal. Entrei algumas vezes nesse Clube e tenho uma vaga lembrança de como ele era. No térreo funcionava a administração do Clube e no primeiro andar o bar onde existiam várias mesas espalhadas por toda área. Lembro que nas vezes que entrei no Clube, geralmente à noite, o bar estava sempre aberto e nas diversas mesas espalhadas no primeiro andar, sempre tinham vários sócios e pessoas que como eu que frequentavam o Clube para tomar uma cervejinha ou um apetitivo de sua preferência. Várias mesas estavam ocupadas com grupos de pessoas que jogavam baralho, dominó, etc, etc... curtindo grandes sucessos musicais da época ao som de uma eletrola.
Esse Clube, nos tempos áureos, promovia várias festas, inclusive grandes carnavais. Prévias e três dias de folia. Alguém tem mais informações sobre esse Clube?

Nicolau Cavalcanti em 18/02/2016. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Antigas Recordações!!! - Parte 1

01 - O Pintor e sua Arte:

Pensando em algum lugar ou pessoa que antigamente eu passava ou via, nas minhas andanças quando criança, és que de repente, lembrei de um pintor que morava na Rua Augusta, bem próximo a esquina da Rua Barão de Alagoas. Subindo pela Rua Augusta no sentido da Rua Cincinato Pinto, a partir da esquina da Rua Barão de Alagoas, do lado esquerdo da rua, acredito, algumas poucas casas após a esquina, morava um pintor que tinha na sala da sua residência, um ateliê. Sempre que passava na frente daquela casa, a janela do ateliê estava normalmente aberta e eu ficava encantado com o que via lá dentro. Eram inúmeras telas pintadas com as mais variadas pinturas. Eram pinturas que realmente me impressionavam. Não sei porque era criança, mas achava muito interessante tudo o que via lá dentro.
Aquela pessoa que pintava tão bem aquelas maravilhosas telas, fazia algo que me impressionava muito. Falo isso porque sempre que passava por lá, normalmente com minhas irmãs ou com meu avô Nicolau, estava ele em seu ateliê. Quando não estava pintando nas telas tradicionais, estava ele debruçado em uma bancada que ficava encostada na parede,  na altura da janela que ficava na frente da casa. Podíamos assim, ver ele trabalhando e mostrando sua arte. Agora, o que mais me impressionava, era ver o que ele mais fazia. Imaginem só onde ele pintava! Sabe aquelas conchas encontradas na areia da praia, aquelas maiores em forma triangular? Daquelas bem branquinhas? Pois é! Era naquelas pequenas telas que ele mostrava sua verdadeira arte! Eram lindas paisagens que ele pintava na parte de dentro das conchas. Era paisagem do mar com jangada, eram lindos coqueirais, era o Gogó da Ema... Enfim! Era um trabalho minucioso e ela fazia com uma incrível perfeição. Pelo menos, visto pelo olhar curioso de uma criança. Lembro inclusive, que um certo dia, de tanto parar para admirar o seu trabalho, ganhamos do tal pintor, um exemplar de uma dessas conchas pintadas. Alguém lembra desse pintor?

Nicolau Cavalcanti em 15 de outubro de 2015


Alguns comentários de amigos do Facebook:


Ana De Nazareth Raposo: Ensinou minha mãe


Ana De Nazareth Raposo: Professor Lourenço

Nicolau Cavalcanti: Que maravilha! Então era Professor de pintura! Que bom!!!


Ana De Nazareth Raposo: Ele ensinou essa técnica a minha mãe. Ela pintava na parte branca da concha de ostras, naquele tempo eram enormes. Pintava também em grandes búzios que a gente catava na praia de Cruz das almas.

Nicolau Cavalcanti: Muito obrigado pelo testemunho! Era uma época maravilhosa!!!

Josiel Caldas: Quem é o pintor?

Nicolau Cavalcanti: Josiel, segundo a nossa amiga Ana de Nazareth, era o Professor Lourenço.

Josiel Caldas: Lourenço Peixoto? Era um grande Mestre, mas não sabia que ele pintava conchas.

Josiel Caldas: Obg. Nicolau Cavalcanti

Ana De Nazareth Raposo: Sim, errei, o nome Lourenço Peixoto

02- Antigas Torrefações de café:


Antigamente, no trecho compreendido entre as Rua Melo Morais e a Rua Ladislau Neto, de frente aos trilhos do trem, e ao antigo Mercado, hoje Mercado do Artesanato, um quarteirão depois da Feira do Passarinho, existiam praticamente vizinhas, as Torrefações do Café Emecê e do Café AFA. Nessa mesma rua, logo após essas torrefações, existia também um Armazém que vendia manteiga muito conhecida. Era da família do Manela(Manoel) que também tinha uma loja de couros e produtos afins, na Rua Moreira Lima e quem tomava conta era o seu irmão Wilson que chamávamos Wilson Manteiga.
Pois bem! Lembro muito bem quando eu e o meu avô Nicolau saíamos de casa, na Rua Barão de Alagoas 320, na Levada, onde morávamos, e íamos ao mercado, fazer feira. Meu avô carregando uma bolsa de titara das grandes e eu do seu lado. Eu adorava esse tipo de passeio!
Meu avô, apesar de ser uma pessoa muito ranzinza(não levava desaforo pra casa), conhecia muita gente e tinha muito boas amizades. Sempre que tínhamos necessidade de comprar um café fabricado na hora, quentinho, íamos a uma dessas Torrefações. O meu avô sempre que ia ao mercado, mesmo que não fosse pra comprar um café torrado e moído na hora, sempre passava por uma dessas Torrefações para conversar e tomar um delicioso cafezinho servido aos fregueses.
Era muito interessante observar as várias fases da fabricação do café que ia desde a torrefação, passando pela moagem até o ensacamentos a pesagem, que na época era em sacos de papel. Todo esse processo era feito ali mesmo, na frente dos fregueses. Meu avô Nicolau só comprava e exigia o café torrado e moído na hora. O saco ainda estava quente quando comprávamos. Enquanto o velho Nicolau conversava com os donos e responsáveis pelo processo de fabricação, eu ficava só de olho em tudo que acontecia no local. Era bom demais! Alguém lembra?

Nicolau Cavalcanti em 15 de outubro de 2015


Alguns comentários de amigos do Facebook:


Ana De Nazareth Raposo: Sim! Meus avós moravam na Rua Barão de Alagoas, 299. O cheiro bom de café.


Nicolau Cavalcanti: Ana! Lembro muito bem de você! Um grande abraço!

Ana De Nazareth Raposo: Abraços Nicolau, lembro de vc também olhando a sua foto de perfil. ouw tempo bom!

Edvanil Braga: Em minha residência, não se comprava café moído, comprava o café em grãos, torrava no tacho e para ficar apto para tomar, tinha que pisar no pilão, pense na trabalheira, más valia a pena, o café ficava bem melhor e forte.

Marilene Vieira: A minha lembrança é um pouco mais recente. Lembro do Café Afa (Antunes & Cia), na Praça Deodoro, ao lado do Teatro Deodoro, torrado e ensacado à vista do freguês. O prédio foi depois ocupado por Z. Albuquerque e hoje é o Shopping Popular. Também do Café Krake (A. C. Celestino), no trecho após o Produban, em direção à Praça dos Palmares. Ambos deixavam um cheiro gostoso no Centro de Maceió.

Nicolau Cavalcanti: Isso Marilene!!! Depois o Café AFA mudou para a esquina ao lado do Teatro Deodoro. Lembro também do Café Krake.

Maria Da Conceiçao Conceiçao: Lembro-me do cheiro do café qdo íamos para o colégio de são José aonde estudávamos!! Como era gostoso o cheirinho do café, qualquer hora do dia era torrado e vendido na hora ao freguês!!! Tempo maravilhoso!!!

Maria Da Conceiçao Conceiçao: Tempo maravilhoso!! Estudava no colégio de SÃO JOSÉ e o cheiro do café era penetrante!! Gostoso!!! Mais tarde já adulta comprava o café torradinho na hora!!!!! DELÍCIA!!!!!!

03 - Alfaiates que costumava ir nos anos 70 e 80:

Sabe minha gente, quanto mais eu ponho minha cabeça pra funcionar, mais lembranças antigas florescem na minha mente e só me resta passar para o papel. Do meu jeito! É lógico! Vamos lá:
Antigamente na Rua Moreira Lima, no Centro, do mesmo lado da Eletrodisco, no primeiro andar do antigos casarões, existiam vários Alfaiates famosos que tinham uma boa freguesia. Confeccionavam de tudo. Ternos, camisas, calças e muito mais. Faziam inclusive ajustes e pequenos retoques.
Lembro de uma certa Alfaiataria que se não estou enganado, se chamava Alfaiataria do Bau ou coisa parecida. O Bau, era assim que todos o conheciam, era moreno, baixo, bastante calvo e gostava sempre de andar de calça social e camisa na cor branca. Usava um óculos de grau cuja armação tinha as lentes arredondadas. Era um verdadeiro mestre da tesoura. Tive a oportunidade de conhecê-lo, e confesso que além das suas qualidades, era uma pessoa muito alegre. Escrevo o que me vem na memória e posso, com certeza, cometer erros. Mas tudo fica tão claro na minha mente que consigo até me ver naquele lugar.
Um outro excelente Alfaiate bem conhecido na época, era o Seu Narciso. Esse Senhor, já era uma pessoa mais idosa, alta, de cor clara e com seu cabelos bem grisalhos. Também fazia de tudo com a tesoura. Na época, era muito procurado pela turma jovem, tanto pelos marmanjos como também pelas as cocotas. Seu Narciso era craque na arte de fazer abainhados e ajustes em calças Jeans. Calças Jeans! Isso mesmo! Deixava as calças Jeans na medida! A pedido dos clientes colocava também “nesgas” na pernas das calças para deixá-las com as partes abaixo do joelhos bem largas. Essas calças ficaram conhecidas como calça “boca de sino”. Com certeza, muito de nós utilizamos essas calças. Ia muito na Alfaiataria do Seu Narciso. Pra mim ele fazia de tudo. Lembro que depois de muitos e muitos anos trabalhando naquele endereço, resolveu diminuir o ritmo e passou a atender seus clientes somente em sua casa, no bairro do Prado. Fui muitas vezes no seu novo endereço. Depois, passei a morar mais distante da casa dele e sempre que ia por lá, ele, pela sua idade, já não tinha o mesmo fôlego de antes. Resolvi então não mais lhe perturbar. Alguém lembra desses dois Mestres da tesoura?

Nicolau Cavalcanti em 15 de outubro de 2015


Alguns comentários de amigos do Facebook:

Marilene Vieira: Lembro de um alfaiate que ficava na rua do Comércio, esquina com a rua Ladislau Neto (Rua Augusta ou Rua das Árvores), embaixo onde funcionava a UESA. Tinha o apelido de Babalu e as crianças que saiam do G.E. Fernandes Lima na Rua João Pessoa (Rua do Sol), zoavam com ele que só.

Nélber Jatobá: Lembro demais do Seu Narciso, ele era muito caprichoso!!! Eu era cliente dele para as roupas do dia a dia e também das roupas para usar nas Bandas(conjunto na época) que toquei, "The Jet Stones Junior", "Os Bárbaros" e "Os Diamantes". Rsrsrsr. Grandes lembranças. Parabéns Nicolau pela bela homenagem aos alfaiates!!! Você foi buscar no fundo do baú. Um abraço.

Nicolau Cavalcanti: Um grande abraço Nélber!!!

Robson Jose Cabral Gomes: Eu vivi e vivo nesta área do centro na década de 60, 70, até hoje tenho uma vaga lembrança desse Alfaiate. Mas o BAU até hoje ele tem ainda a alfaiataria no centro na rua do Livramento.

Nicolau Cavalcanti: Será?

Ailton Villanova: Esses dois grandes alfaiates - o baixinho Bau e o sr. Narciso - infelizmente faleceram, mas permanecem vivos na nossa memória. Sou filho de alfaiate, com muito orgulho. Nicolau Cavalcanti: É verdade! Que tempo bom! Nobre profissão!!!

Ailton Villanova: Eu só andava nos trinques, todo arrumado. Elegante mesmo. Saudade do meu velho. Vestiu grandes personalidades... E gente do povo, também. Foi amigo de Bau, Narciso e outros grandes mestres do corte e da tesoura...

Ailton Villanova: Não falei de outros dois grandes alfaiates do centro de Maceió: os senhores Saldanha e Savastano. O fino da costura masculina!

Nicolau Cavalcanti: No Farol tinha outro mestre da tesoura: o Senhor João Gomes, pai do Dr. José Humberto e do Beto Batera!!!

04 - Que Grupo Escolar era esse?

Na Rua Augusta, vizinho onde hoje é o prédio do IPASEAL, nos anos 60, existia um Grupo Escolar que não lembro seu nome, mas tenho certeza que estudei lá. Se não estou enganado, era um prédio de primeiro andar. Nesse local, funcionou mais recentemente, a Gráfica Pégasus, que pertencia à família do ex Governador Geraldo Bulhões. Alguém lembra do nome desse Grupo Escolar?

Nicolau Cavalcanti em 15 de outubro de 2015

Alguns comentários de amigos do Facebook:


Maria Da Conceiçao Conceiçao: Nicolau me lembro do Grupo escolar Ladislau Neto!!!.É este?

Nicolau Cavalcanti: Se ficava nesse local, é ele!

Márcia Costa Campos: Ladislau Neto ficava próximo a Comendador Leão, em Jaraguá.

Luis Carlos Reis: Antes dessa Gráfica foi o Correio de Maceió. Trabalhei lá.

Genivaldo De Farias Matos:  Ladislau Neto, eu estudei lá, e ficava na Rua Barão de Jaraguá e nos fundos tinha uma empresa de Onibus BOMFIM. Acho que ele ainda existe até hoje. Sei até decorado o hino: "Somos alunos do Ladislau Neto, a desfilar sobre o céu cor de anil, para mostrar a toda Alagoas, que somos esperança do Brasil, os nossos mestres são como as palmeiras e os poetas, em versos cantou, que ficam lindos expostos ao vento, dão frutos e sobras carinho e amorrrrrrrrrrr. Refrão: Colegas, colegas, lutemos pelo Ladislau, colegas, colegas, é o grupo maior da capital. Nós amamos a nossa escola e aprendemos com muito fervor, porque aqui aprendemos a ver, o nordeste Brasil de valor. As nossas praias de lindo recantos até parecem que foi niqueladas, a jangadinha na beira do mar engrandece Alagoas Brasil Pátria Amada. Colegas, colegas, lutemos pelo Ladislau, colegas, colegas, é o GRUPO MAIOR DA CAPITALLLLLL."

Daniel Bittencourt: Procede!  Inclusive o nome da rua é Ladislau Neto.

Genivaldo De Farias Matos: É não, Rua Ladislau Neto é a hoje Rua das Árvores. A Rua do Grupo Escolar Ladislau Neto é Rua Barão de Jaraguá, no bairro de Jaraguá. Estudei lá nos meados de 1967, 1968, 1969.

Genivaldo De Farias Matos: Na Rua do Sol ou João Pessoa, tinha o GOB (Ginásio Olavo Bilac). Hoje ETCAL (ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO) e mais a frente, depois da curva saindo da Rua das árvores tinha ou em ainda a Escola Santa CRUZ, me parece.
Genivaldo De Farias Matos: Inclusive existe uma foto muito antiga que circula pela Internet, de uns policiais sobre cavalos, exatamente na Porta do Grupo Escolar Ladislau Neto em Jaraguá. Rua Barão de Jaraguá, quase na esquina com Av. Comendador Leão.

Luis Carlos Reis: O Grupo Ladislau Neto, de Jaraguá, ficava quase na esquina com a Comendador Leão é muito conhecido. É uma enorme diferença entre ele e essa localização mencionada, no prédio onde funcionou o Correio de Maceió.

Genivaldo De Farias Matos: Lá eu tinha umas tias (professoras de nomes: Dona Lindinha, Dona Euda, Dona Nadeje, não sei se ambas ainda vivem)

Genivaldo De Farias Matos: Esse colégio Santa Cruz ficava vizinho a antiga SANDU, na saída da Rua das árvores com a Rua do Sol e hoje é um estacionamento.

Nicolau Cavalcanti: Esse Grupo no qual me refiro ficava na Rua Augusta(das Árvores), muito antes da Gráfica e dos Correios. Foi nos anos 60.

Genivaldo De Farias Matos: Ah se foi nos anos 60, não foi do meu tempo não. Sou de 62.

Luis Carlos Reis: Nos anos 60 já estava lá o prédio, onde funcionou o jornal. Deve ter sido antes. Como tal prédio tinha primeiro andar e era uma estrutura nova, deve ter substituído um antigo. Pode ter sido o grupo. Mas, quando?

Adriana Luna: Eu morei quando criança, na Rua das Árvores. O nome era Rua Augusta?

Nicolau Cavalcanti: Também!!!

Adriana Luna: Sou filha de ABELARDO LUNA DUARTE e ANGELA, meu pai na época era juiz e eu estudava no Colégio de São José. Tinha muitas crianças morando naquela rua, só não lembro os nomes de todos.

Nicolau Cavalcanti: Muito bom! Morei na Rua São Domingos.

05 - A primeira Loteria Esportiva:

A primeira Loteria Esportiva que existiu em Maceió, se não estou enganado, funcionava na garagem de uma residência, no final da Rua do Sol, bem próximo à esquina da Ladeira dos Martírios. O interessante era como eram feitas as apostas. Com as cartelas preenchidas com os palpites dos jogos, pra começar, enfrentava-se normalmente uma das três ou quatro enormes filas. Não me recordo bem do número exato de máquinas para efetuar as apostas, só sei que dependendo da quantidade de cartelas, passava-se um bom tempo na fila para apostar. Na foto abaixo, temos o que restou da casa onde funcionava a loteria. Apenas o terreno com um muro e um portão de ferro. Acredito que foi o início de uma construção.
Não lembro muito bem do complicado processo que era jogar na Loteria Esportiva, na época, só sei que tudo era feito através de cartões perfurados. Na época, todos os grandes computadores utilizavam esse tipo de cartão para alimentar todas as informações que neles seriam processadas. Era por aí! A cartela com a aposta era colocada num pequeno equipamento juntamente com o cartão perfurado e com uma espécie de caneta com a ponta de metal se perfurava a marcação de cada palpite, na cartela perfurando também o cartão perfurado. Isso era feito para cada cartela. Imagina só quanta maçada! Eu sempre postava. Cheguei até a ganhar uma vez o menor prêmio. Alguém lembra?

Nicolau Cavalcanti em 15 de outubro de 2015

06 - A Praça do Pirulito:

Lembro muito bem da Praça do Pirulito(Parque Rodolfo Lins), no início da década de 60. Era muito novo, mas lembro como se fosse hoje. Era uma Praça bem tratada com várias árvores plantadas em toda a sua extensão. Dentre elas, aquele tipo de árvore que quando se podava, podiam-se dar formas diversas como bola, cilindro e outras formas geométricas. Hoje ainda existem muitas espalhadas pela cidade. Daquelas que tinha um certo bichinho que era uma verdadeira praga. Era conhecido como “lacerdinha”, me parece em “homenagem” ao político Carlos Lacerda. Não sei por quê! Só sei que eram tantos desses bichinhos nessas árvores, que quando passávamos por baixo delas as nossas roupas ficavam infestadas desses minúsculos perturbadores. O pior de tudo era quando um desses bichinhos caía dentro de um dos nossos olhos. Ardia pra caramba! Não tinha quem aguentasse.
A foto abaixo, foi tirada na Praça do Pirulito no início dos anos 60, eu e minhas irmãs no domingo qualquer. Lamentavelmente não dá para ver detalhes da Praça, apenas algumas das árvores mostrando o seu corte arredondado e lembrando dos tais "lacerdinhas". Vê-se também um pé de amêndoas, aos fundos, do lado esquerdo da foto.


Outro detalhe que me lembro dessa Praça, era a existência de algumas enormes tartarugas, jacarés e de diversos escorregas de concreto onde nós crianças gostávamos muito brincar. Fazíamos a festa! Eram uma verdadeira febre, aqueles brinquedos para a criançada. Nos finais de semana, a Praça era bastante concorrida. Brinquei muito nesses brinquedos. Subindo nas tartarugas e descendo nos escorregas. Eu e minhas irmãs, íamos passar à tarde na casa do nosso avô materno Pipipa, que morava na Rua São Domingos e tínhamos que cruzar a Praça a caminho de sua casa. Era assim que carinhosamente nós o chamávamos. Seu verdadeiro nome era Elpidio Teles Machado. Alguém lembra dessa época e desses detalhes? 


Nicolau Cavalcanti em 23 de outubro de 2015

Alguns comentários de amigos do Facebook:

Mourivaldo Duarte: Caro Nicolau. Você agora me fez voltar no tempo. Nasci na Rua Santos Pacheco, bem próximo da Praça do Pirulito, inclusive minhas tias moravam em frente a praça. Me recordo de tudo isso que você comentou. Acrescento às lembranças, as festas de fim de ano que eram instaladas na praça. Tenho muitas e boas recordações. Eu tenho um desenho feito (a mão) pelo filho de um contemporâneo nosso (Petrúcio Veras), não sei se você se lembra dele, que tem todos os detalhes da praça do pirulito. Mandei colocar numa moldura e hoje ele está na parede de minha sala no escritório:
Mourivaldo Duarte: Desculpa. Quem morava nesse endereço era a Filomena, como ela mesma postou.

Nicolau Cavalcanti: Mourivaldo Duarte! Bom dia! O Professor Petrúcio Veras é meu grande amigo. Tenho também esse quadro que ganhei dele no aniversário dos meus 60 anos. Jogamos muita porrinha e riscadinho na Venda de Seu Luiz Tenório. As festas de fim de ano eram maravilhosas! Vestíamos uma "beca" nova e íamos paquerar. O barco que se construía para a "Chegança" era uma cópia fiel das antigas embarcações. Eu estou lembrado de você! Um grande abraço!


Irailde De Oliveira: Eu gostaria de ver uma foto da época meu pai fala muito do Parque Rio Branco.


Nicolau Cavalcanti: Eu também!

Filomena Lopes da Silva: Morava na Rua Xavier de Brito, exatamente de esquina com a Rua São Domingos, a Praça do Pirulito também fez parte da minha infância, as árvores de lacerdinha, as enormes tartarugas, onde foram parar?

Nicolau Cavalcanti: Filomena! Bom dia! Você é a neta e Seu Joaquim?

Filomena Lopes da Silva: Sou sim!

Nicolau Cavalcanti: Filomena, me lembro bem de você e seu irmão! A Venda de Seu Joaquim está na minha memória é no meu coração! Seu Joaquim e sua esposa eram pessoas maravilhosas! Sou irmão da Lilian, da Fátima e da Rubia. A Fatima e a Rubia ainda moram na Rua São Domingos. Tem alguma foto da Venda? Um grande abraço!!!

Filomena Lopes da Silva: Obrigada pelos elogios aos meus avós, também me lembro do seu Elpídio, muito querido pela nossa família.

Nicolau Cavalcanti: Meu avô Pipipa!!!

Mourivaldo Duarte: Eu tenho uma foto junto com seu Luiz e alguns amigos no interior da venda.

Mourivaldo Duarte: Desculpa novamente. A Filomena disse que morava na Rua Xavier de Brito esquina com a Rua São Domingos e não com a praça do pirulito.

Marigleide Duarte: O nosso namoro e o pedido de casamento foi lá também
Boas e ótimas lembranças.